Sempre na minha mente e no coração...

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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Tesouro escondido a sete chaves...Dossiê


Tesouro escondido a sete chaves
por Graziella Beting
MUSEU NACIONAL DO AFEGANISTÃO
Pingente “Mestre Dragão” , peça de ouro, granada turca, lápis-lazúli e pérolas do século I d.C., encontrada no sítio arqueológico de Tillia Tepe e Medalhão com representação de um cupido alado do século I d.C. encontrado no sítio arqueológico de Begram
Os 250 objetos restaurados que estão em exposição em Amsterdã, depois de passar por Paris e Turim, são verdadeiros sobreviventes. As peças, que constituem a mostra Tesouros escondidos do Afeganistão, resistiram não apenas ao tempo como a mais de um quarto de século de guerras.

Essa incrível sobrevivência é também feito de alguns heróis, como o diretor do Museu Nacional de Cabul e seus assistentes. Para salvarem as obras do acervo – tesouros da arte das estepes, iconografia greco-romana, peças da Índia e da China –, eles esconderam, desde 1980, todas as obras em caixas-fortes do banco central afegão. Foi por isso que, em 2004, essas peças, que se acreditava terem sido perdidas desde o início do regime do talibã, foram reencontradas sãs e salvas. Após a invasão americana em 2001, o Museu Nacional, diversas vezes bombardeado e saqueado, considerava ter perdido 70 mil de suas 100 mil peças originais.
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Graziella Beting é jornalista e tradutora
http://www2.uol.com.br/historiaviva/noticias/tesouro_escondido_a_sete_chaves.html

Dossiê
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Dossiê: Povos do mar - Companhia das Índias, grande negócio em muitas versões
O mundo ávido por sedas, porcelanas e especiarias comprava tudo o que vinha do Oriente, nos navios holandeses, ingleses, franceses que se lançaram à mesma aventura em diferentes momentos
por Bernadette de Castelbajac
© THE BRIDGEMAN ART LIBRARY / KEYSTONE
Detalhe da vista do Porto de Cádiz, onde se fazia o comércio com a Companhia das Índias Orientais
Jean Hugues van Linschooten voltou para a Holanda, seu país natal, em 1593. Ele chegava de Goa, então a capital das colônias portuguesas do Oriente, onde ocupara a função de secretário do arcebispado. O retorno desse modesto funcionário a Amsterdã poderia ter passado despercebido a seus contemporâneos caso o viajante, ainda maravilhado por tudo o que vira, não tivesse redigido uma obra intitulada Itinerário, viagem ou navegação às Índias Orientais. Era uma verdadeira mina de informações sobre as fabulosas riquezas desses lugares longínquos, acrescida de uma lista de plantas e animais extraordinários que lá existiam e complementada por mapas, desenhos e anotações, de maneira a permitir uma navegação bastante segura a quem se aventurasse pela rota.

O autor incitava seus compatriotas a organizar expedições para o Leste, sem esquecer Java, “uma ilha ainda não freqüentada pelos portugueses, onde abundam diamantes, incenso e especiarias”. Nessa época, Portugal e Espanha captavam em seus portos de Lisboa e Cádiz a maior parte das riquezas vindas do Oriente. Franceses, ingleses e holandeses se deslocavam até essas bases de comércio para adquirir as mercadorias que depois distribuíam em seus respectivos países.



Dossiê: Povos do mar - As fantásticas (e verdadeiras) aventuras de Marco Polo
A narrativa de uma viagem de 24 anos ao longínquo Oriente, que encantou a muitos durante séculos, teve sua autenticidade confirmada no século XIX
por Jacques Brosse
© AKG IMAGES / IPRESS
Festa na corte do imperador Kublai Khan, que foi visitado por Marco Polo; na página ao lado, o porto de Veneza, início de sua viagem

Quando Marco Polo voltou a Veneza em 1295, seus compatriotas não o reconheceram – o que não foi uma surpresa, já que ele os havia deixado 24 anos antes, quando tinha apenas 17. Foi isso, sem dúvida, que inspirou o relato exagerado, quase lendário, narrado por Giovanni Battista Ramusio (1485-1557), autor que escreveu sobre os Polo, três séculos depois. Marco, Niccolo, seu pai, e Matteo, seu tio, teriam chegado em casa como peregrinos, vestidos com trajes miseráveis.

Tiveram, dificuldade em se fazer reconhecer pelos parentes, que, ocupavam a casa, pensando que estavam mortos. Os três viajantes convidaram, então, todos os seus aparentados para um banquete, no qual surgiram vestidos com hábitos de cetim violeta, logo trocados por outros de seda estampada, ainda mais preciosos, antes de retomarem seus hábitos à moda veneziana. Em seguida, Marco Polo trouxe os trapos com que estavam vestidos quando de sua chegada a Veneza; descosturou-lhes a barra, fazendo tombar “uma grande quantidade de jóias de um valor inestimável, rubis, safiras, granadas, diamantes e esmeraldas”. Imediatamente, sua família “lhes devotou sinais de estima e de respeito”.

Apesar de se tratar apenas de um apólogo, essa cena reflete a emoção que tomou conta dos venezianos ao rever esses três homens, que há tempos se pensava que estavam mortos, e contemplar as riquezas trazidas de países tão longínquos, dos quais nunca tinham ouvido falar.

Muitos curiosos dirigiam-se à casa dos Polo, em uma pequena praça perto da ponte do Rialto. Com bastante complacência, Marco relatava suas extraordinárias aventuras e descrevia os países que tinha percorrido. Como bom homem de negócios veneziano, avaliava suas enormes riquezas em milhões de moedas de ouro.
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Jacques Brosse é escritor, jornalista e pintor. Ganhador do Grande Prêmio de Literatura da Academia Francesa, escreveu, entre outros livros, L´homme dans lê bois (O homem na floresta, 1976).
http://www2.uol.com.br/historiaviva/dossie/as_fantasticas__e_verdadeiras__aventuras_de_marco_polo.html

Dossiê: Povos do mar - Bandidos nada simpáticos
A literatura celebra os piratas desde a Antigüidade. Não é raro encontrarmos, em romances e poemas, piratas transformados em modelo de coragem. Mas a realidade é mais crua. Os saqueadores dos mares não eram coroinhas. Eram, sobretudo, ladrões sem fé e sem lei, que os Estados procuravam eliminar... Quando não os recrutavam
por Michel Vergé-Franceschi
©GIRAUDON/KEYSTOCK – KEYSTONE
A mais tradicional maneira de executar os inimigos era obrigá-los a andar, com os olhos vedados, sobre uma prancha até cair no mar. Walking the plank, óleo sobre tela, de Howard Pyle, 1887
Na região do Caribe dos séculos XVI-XVIII, o flibusteiro era um pirata, um irmão da costa, um saqueador dos mares, produto de um conglomerado humano cosmopolita. Voltaire, em seu ensaio “Essai sur les moeurs”, escreve: A França só entrou nessa partilha [de Santo Domingo] com a Espanha pela audácia [...] de um povo novo que o acaso compôs de ingleses, bretões e, sobretudo, normandos. Eles foram denominados bucaneiros, flibusteiros. Esses marinheiros, revoltosos e desertores, seduzidos pelo clima das Antilhas, decidiram expulsar os bandos selvagens da parte norte de Santo Domingo, em vez de voltar às brumas do norte. Eles passaram a comer carne assada em fogo de lenha, cantando ao redor do fogo, e fazendo barulho à maneira dos caribenhos, isto é, fazendo boucan (barulho). No fim da primavera, os flibusteiros do mar das Antilhas caçavam os galeões espanhóis carregados de ouro e prata. A bordo de navios pequenos e rápidos, armados com poucos canhões lançadores de pedras, esperavam suas presas fumando tabaco. De surpresa, faziam a abordagem, geralmente em pares de amigos íntimos, donde veio o nome irmãos da costa. A arma branca era a preferida, a se acreditar na imagem do pirata com a faca entre os dentes. O canhão era supérfluo. Em 1696, um flibusteiro confiou ao padre Labat, um missionário francês que reuniu suas observações sobre a vida dos bucaneiros em Voyage aux îles de l'Amérique, que sua artilharia de seis minúsculos canhões era mais por cerimônia que por necessidade, já que eles só empregavam as duas peças de caça quando combatiam um barco pela frente ou por trás; seus fuzis bastavam para importunar o adversário até que seu capitão julgasse conveniente fazer a abordagem.

A tática do pirata do mar das Antilhas se resumia a uma única palavra: abordagem. O êxito dependia da determinação, ou melhor, da temeridade dos homens do navio. Numerosos, eles manejavam o sabre de abordagem e o punhal. Combatiam aos pares, porque sempre se juntavam em duplas e se chamavam, um ao outro, de matelot [marinheiros], sendo mattenoot aquele que compartilhava alternadamente a mesma rede que seu irmão. Vitoriosos, esses celibatários sem família faziam a festa, embebedavam-se à vontade de rum da Jamaica e partilhavam amigavelmente as mulheres indígenas ou pilhadas.
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Michel Vergé-Franceschi é professor de História Moderna da Universidade de Savóia e publicou grande número de obras, entre as quais Histoire de Toulon, PortRoyal. Ele dirigiu o Dictionnaire d'Histoire Maritime e é laureado pela Academia Francesa e pela Academia da Marinha.
Dossiê: Povos do mar - A onda vermelha do norte
Vindos da Escandinávia meridional, da costa da Alemanha e dos Países Baixos, os povos bárbaros se uniram para expulsar os romanos da Bretanha
por Jean-Yves Marin
© THE BRIDGEMAN ART LIBRARY / KEYSTONE
Elmo do período migratório viking, do século V, feito de ferro e bronze. Museu Histórico de Estocolmo
Jordanes, historiador godo, nos diz que “é da Ilha de Scanzia, que podemos chamar de fábrica de nações ou reservatório de povos, que os godos parecem ter saído (...)”. Essa Scanzia, a atual Escandinávia, era povoada por um grande número de nações. A maioria dos grupos, que participaram das migrações, era proveniente da Escandinávia meridional, outros da costa da Alemanha e dos Países Baixos. Suas tradições marítimas faziam com que estivessem em permanente contato e que começassem a investir juntos sobre a Bretanha, no final do século III, destruindo a autoridade de Roma na ilha.

Nesse “oceano germânico” que é o Báltico, emigrantes originários de povos inexoravelmente confundidos, começaram a expandir-se, tanto na direção leste quanto oeste. É muito difícil distingui-los uns dos outros, pois só os mais importantes, ou os que foram mais felizes na guerra, deixaram o nome na posteridade. O velho fantasma da coesão étnica foi espantado pelos fatos. Nada serve para procurar a origem de um grupo determinado, pois todos provêm de agrupamentos posteriores às migrações.

Um clã escolheu seguir um chefe de prestígio, tido como invencível, sem se preocupar com o lugar de onde viera. Esse fenômeno foi reforçado no noroeste da Europa por uma semelhança de línguas, tanto que os lingüistas chamaram de velho saxão e velho inglês uma espécie de matriz comum a toda uma era geográfica que englobava aquela área. Desde finais do século III, tornou-se claro o perigo que os francos e os saxões representavam para a parte setentrional do Império Romano. O mar do Norte estava a ponto de se tornar “germânico”, ou seja, ali, a potência romana estava mais ou menos ausente.
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Jean-Yves Marin é curador do Museu da Normandia e especialista em arqueologia urbana.
http://www2.uol.com.br/historiaviva/dossie/a_onda_vermelha_do_norte.html

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