Sempre na minha mente e no coração...

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

HISTÓRIA DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL


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HISTÓRIA DAS MISSÕES

Ao lado ruínas da igreja  da missão de São Miguel - RS - Brasil

Neste templo, que foi projetado pelo jesuíta arquiteto italiano Gean Batista Primolli. 
Pode-se ver a mais completa igreja estilo barroco missioneiro de todos os
remanescentes jesuítico-guarani, disposta em três naves, torre e frontaria.

Entre os séculos XVI e XVIII, desencadearam-se profundas transformações mundiais decorrentes 
da transição do sistema feudal para o capitalista.
Inseridas às principais mudanças dessa época, destacavam-se o desenvolvimento do comércio
ultramarino e a colonização de novas terras.
Do comércio ultramarino, resultaram a descoberta, a conquista e a colonização de novas terras, 
seguindo os interesses das nações dominantes.
Na etapa de colonização, as nações católicas, como Portugal e Espanha, valeram-se da ação dos 
Padres Jesuítas no seu intento de pacificar e converter os selvagens à fé cristã, para facilitar o 
domínio ultramarino dos metropolitanos.
As Missões Jesuíticas representaram uma das formas de colonização na América, com a dupla 
função de assegurar territórios conquistados e catequizar os povos nativos. Para tanto foi fundada
a Província Jesuítica do Paraguai, estruturando maneiras peculiares de apropriação rural e urbana,
através de um sistema social cooperativo que se desenvolveu durante o século XVII em uma vasta 
área hoje pertencente ao Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. 
No período de pleno desenvolvimento foi criada uma rede com mais de 30 povoados. 
A originalidade da cultura guarani, alicerçada no solidarismo e reciprocidade  encontrou nas
inovações técnicas  trazidas da Europa, como a escrita, imprensa, metalurgia, arte e arquitetura barroca, 
as condições ideais  para o grande desenvolvimento alcançado.
No Brasil o trabalho de catequese  consistiu em reunir os índios das tribos guaranis em 
Missões – Reduções.
As primeiras Reduções Jesuíticas do primeiro ciclo instalaram-se às margens do rio Parapanema. 
Em meados de 25 anos, foram fundadas mais de 30 Reduções. 
Na região do Guairá (hoje região do Paraná), surgiram: Loreto (1610), São Xavier (1622), 
São José (1625), Encarnação (1625), São Paulo (1628), São Tomé (1628) e Jesus Maria (1628).
Devido à devastação dos bandeirantes, os índios fugiram para o sul onde os padres Jesuítas iniciaram a 
fundação de outras reduções na região de Itatim (hoje Mato Grosso do Sul), são elas: 
Anjos (1631), São José (1631), São Benito (1632), Santos Apóstolos Pedro e Paulo (1633) e Encarnação
(1633).
Persistindo os ataques dos bandeirantes, os jesuítas migraram para a região de Missiomes e Corrientes
(hoje território da Argentina). Ali à margem direita do rio Uruguai, fundaram: Santo Inácio Guaçu (1610), 
Itapuã  (1615), Conceição (1619),  Japeju  (1627) e São Xavier (1621).
No Rio Grande do Sul (região do Tape), surgiram 18 reduções que não se estruturaram devido a não 
aceitação da nova cultura imposta e pela invasão dos bandeirantes paulistas.
A primeira redução do segundo ciclo missioneiro foi São Francisco de São Borja, por isso afirmar-se 
que São Borja é a cidade mais antiga do Rio Grande do Sul (1682), em seguida São Nicolau (1687), 
São Luiz Gonzaga (1687), São Miguel Arcanjo (1687), São João Batista (1697), Santo Ângelo Custódio
(1706); estes são chamados os Sete Povos das Missões, que hoje integram o território do Rio Grande do Sul. 
Essas Reduções permanecem por mais ou menos um século e meio, entre fundação e reassenta mento, 
tornando-se independentes e auto-suficientes. Sua decadência se deu, entre outros fatores pelo 
Em pé permanece, além dos resquícios de pedra, a lição de cooperativismo e adaptação deixada pelos índios
Guarani que, apesar de terem sido massacrados pela Guerra Guaranítica, nos deixam uma lição de vida e luta, 
provando a sua condição de dono da terra. Vencidos, espoliados e despojados de suas terras. 
Os guaranis foram reduzidos a pequenos grupos errantes que atualmente sobrevivem da confecção e venda 
de artesanato. 
Alguns estão em reservas, onde lutam para manter suas tradições e pela manutenção da posse das terras 
e a preservação da natureza.
No período das disputas pelo território das Missões, que a partir de 1801, foi conquistado para o Brasil, 
as reduções foram saqueadas inúmeras vezes, e a partir de 1825, com a chegada dos imigrantes, grande 
parte do material foi reutilizado em construções públicas e privadas, acelerando o processo de destruição
das antigas edificações.
Missões jesuíticas em São Miguel das Missões, RS.jpg
pt.wikipedia.org
JESUÍTAS

Os jesuítas eram padres da ordem religiosa da Companhia de Jesus, que foi fundada por Ignácio de Loyola em 134, com o objetivo de propagar a fé católica a partir da evangelização, difundir a cultura e generalizar o ensino em decorrência do fenômeno urbano.
Em suma os jesuítas vieram para a América para catequizar os índios.
Nas reduções do Guairá destaca-se o trabalho dos padres José Cataldino e Simão Masseta, como pioneiros, Martim Urtasum, Cristóbal de Mendoza, Francisco de Diaz Taño e Antonio Ruiz de Montoya como difusores da obra reducional. Montoya constitui-se no grande defensor dos índios missioneiros defendendo-os nas cortes e conduzindo-os para um espaço novo quando dos ataques destrutivos dos bandeirantes.
Na obra missioneira do atual Rio Grande do Sul, houve resistência e em 1628 uma sublevação de índios do Carão levou o P Roque, O P. Rodrigues e o P. Castilhos ao martírio. Muitos jesuítas eram arquitetos como João Batista Primoli e Antonio Grimau. A igreja de São Miguel, foi projetada por Primoli. Antonio Forcada, e Juan Antonio de laR ibera, responsáveis pelas obras mais imponentes. Outro nome importante foi o padre Antonio Sepp Von Rechegg. Fundador de São Miguel em 1697. Os padres eram encarregados da administração em conjunto com os caciques bem como da educação e evangelização dos índios. 
MISSÃO

Como Missão, entende-se o encargo religioso que foi conferido pelo rei da Espanha, aos padres jesuítas, como forma
de facilitar a conquista dos nativos no acesso às novas terras.
Podemos resumir a missão como o trabalho dos padres jesuítas em organizar as Reduções e de conversão dos gentios (trabalho de catequização). A aldeia cristã foi o espaço físico
 para a implantação da Missão. 
A aldeia é um projeto pedagógico total.



panoramio.com

REDUÇÃO

A palavra Redução sintetiza o preceito de reduzir, delimitar o espaço físico para aculturar os indígenas.
Pretendia-se introduzir nos nativos a forma de sociedade européia, reunindo-os em aldeias.
Essas aldeias eram escolhidas por índios e missionários e estes locais deveriam possuir terras férteis, água em abundância e outros recursos que facilitassem a construção de casa e templos; deviam também ter fácil acesso e localizar-se 20 ou 30 Km de distância entre si.
Formavam uma vila organizada com estrutura urbana como será visto neste trabalho. 
A Redução foi a maneira, método de empreender a ”Missão por Redução” que é o projeto global de catequização espanhola.
Debelado o período bandeirante, as Reduções passam a vivenciar um crescimento constante, tanto de ordem econômica como demográfica. Os jesuítas passam a instruir os guaranis no sentido de viverem neste espaço urbano.


 Marco Original do Tratado de Madri (1750)
Erigido em 1754 na Boca do Rio Jauru
Atualmente encontra-se na Praça Principal da cidade de Cáceres (MT)

TRATADO DE MADRI

As missões jesuíticas, em especial os Sete Povos, tiveram a sua sorte determinada pelos conflitos de
fronteira entre Portugal e Espanha. 
O tratado de Madri, firmado em 13 de janeiro de 1750, previa a troca de Colônia do Sacramento pelos
Sete Povos das Missões. 
A divisa foi marcada ao longo do rio Paraná e Uruguai, entrando depois pelo Ibicuí até atingir 
Castilhos Grandes, hoje território uruguaio.
Ficou estabelecido então que os habitantes dos Sete Povos (índios guarani) seriam levados para o 
lado espanhol (Argentina e Paraguai), na outra margem do rio Uruguai, deixando para os 
portugueses tudo o que tinham nas Reduções(estâncias, ranchos, plantações de erva-mate...).
Os índios resistiram, iniciam-se os conflitos.



As Guerras Guaraníticas marcaram tragicamente o processo de redefinição dos ...
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GUERRA GUARANÍTICA

Esta guerra  foi a conseqüência do Tratado de Madri. 
A partir de 1753 uma série de conflitos que culminaram com a batalha de Caiboaté, a 10 de fevereiro de 1756. Os jesuítas se retiraram dos Sete Povos enquanto alguns índios persistiram na resistência.
Para Pombal a provocada Guerra Guaranítica serviu como um dos pretextos para expulsão dos jesuítas das possessões portuguesas, em 1759, uma vez que eram tidos como inimigos de Portugal. 
Espanha os expulsa em 1768.
A partir de então os Sete Povos e os Trinta Povos, perderam os seus tutores principais e caíram em estado de relativo abandono. 
Nesta guerra destaca-se a figura de Sepé Tiaraju, índio guarani que lutou pelo seu povo, ficando na memória da história sua frase:"esta terra tem dono".

http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/obino/cruzadas1/indio1/reducoes_pag/historia1.html


fonte imagem: assimsefaz.com.br
Guerras Guaraníticas
No século XVIII, a reformulação das fronteiras dos domínios coloniais entre Portugal e Espanha exigiu a discussão de novos acordos diplomáticos entre os reinos ibéricos. Em meio a essa mudança, os dois reinos firmaram, em 1750, o Tratado de Madri, que instituiu o princípio de uti possidetis (posse útil da terra) para arbitrar os espaços que seriam administrados por cada um dos reinos. Contudo, essa nova medida causou um problema com as populações da região sul do território.
O acordo previa que a região da Colônia de Sacramento, de colonização portuguesa, seria entregue aos espanhóis, enquanto a região dos Sete Povos das Missões seria repassada para o controle de Portugal, mesmo esta possuindo forte presença de jesuítas de procedência espanhola. Dessa forma, o mesmo acordo exigia que os padres e indígenas presentes na região dos Sete Povos se transferissem para a porção leste do Rio Uruguai.

Imediatamente, a exigência lusitana contrariou enormemente o interesse dos padres espanhóis, que tinham o controle sobre grandes fazendas criadoras de gado. Naturalmente, eles não se mostravam dispostos a perder suas terras onde desenvolveram importantes atividades econômicas. Além disso, os próprios índios temiam que o predomínio da colonização ibérica pudesse lançá-los à sorte dos bandeirantes ou encomenderos que faziam uso da mão-de-obra escrava das populações indígenas.

Não vendo outra opção, os padres jesuítas dos Sete Povos das Missões decidiram fornecer armas para que os índios enfrentassem o interesse dos colonizadores. Entre os anos de 1754 e 1760, aconteceram os conflitos que marcaram uma sangrenta guerra que marcou o processo de definição das fronteiras entre Espanha e Portugal. Ao longo desse período, mais de trinta mil indígenas foram mortos ou escravizados pelas tropas ibéricas que tentaram dar fim ao levante.

Para resolver o problema, Portugal e Espanha tentaram assinar outros dois novos tratados que pudessem resolver o conflito. Em 1777, o Tratado de Idelfonso anulou as determinações do Tratado de Madri ao devolver a região de Sete Povos das Missões para os espanhóis. Algum tempo depois, os espanhóis resolveram abrir mão do controle sobre as missões restabelecendo o princípio anteriormente determinado pelo Tratado de Madri por meio da assinatura do Tratado de Badajós, assinado em 1801.

Por Rainer Sousa
Mestre em História
Por Rainer Gonçalves Sousa


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